9 de fevereiro de 2009


SOBRE FESTIVAIS DE CURTAS

Não é possível fazer um bom festival sem ver outros que de alguma forma toquem os mesmos géneros e que tenham uma boa dimensão. É o caso do festival de cinema de Clermont-Ferrand. Perdida no interior da França, geralmente com neve por esta altura, a cidade parece interessar pouco ou nada, aos franceses. E quem só ouve falar de Berlim ou Cannes, fica sempre surpreendido quando se refere que este é um dos maiores festivais de curta-metragem do mundo. Recebem mais de 6000 inscrições de filmes, têm um mercado que funcionam muito bem, com representações de diversos paíse e uma videoteca que permite ganhar tempo nos visionamentos e descobrir coisas que não encaixaram na programação. Os festivais portugueses que trabalham com curtas, estão, naturalmente todos presentes. E a maioria volta de lá com mais 200 possibilidades de escolha do que estava contar. Mais 200 filmes para discutir a hipótese de selecção. Uma trabalheira. Mas também se volta com mais conhecimento sobre a maneira de bem organizar um evento desta natureza, com novos contactos europeus e não só que abrem parcerias tão necessárias nestes tempos de recessão e por aí fora.
No meio disto tudo, quando sobra tempo, ainda se bebe um copo, prova-se a cozinha da região de Auvergne e convive-se com as gerações de portugueses que para ali partem desde os anos 60.
Os franceses podem continuar a ignorar Clermont, por mais uns tempos, enquanto isso, o progresso e a descoberta continuam a ser de quem lá vai.

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